sexta-feira, 5 de junho de 2009

Empresa ou paróquia: pessoas valorizadas; trabalhos mais produtivos, pastorais mais objetivas


Coordenar um grupo onde o trabalho em equipe seja constante requer algumas habilidades e sensibilidades. Encantar-se com tal trabalho faz diferença em um espaço pastoral e (ou) profissional. Usamos o termo gestão para destacar todos os processos que envolvem administrador e administrado. O que diferencia tal prática em uma instituição confessional de uma laica é a missão religiosa.

Segundo Sheila Madrid Saad, professora da Universidade Mackenzie, as questões que permeiam a gestão de pessoas fascinam e são extremamente importantes. Incontestável a colocação da professora, visto que o “lucro” contabilizado por empresas que investem na harmonização do ambiente de trabalho é notório. Ela ainda afirma que os recursos humanos são a própria organização e que o interessante é perceber como a forma de administrar as pessoas faz a diferença. Não se pode administrar uma instituição sem ter os funcionários como “corpo” da empresa. E quem lidera o grupo, dependendo da forma, reflete sua gestão no desempenho da instituição. O mesmo serve para o ambiente pastoral. Com um diferencial supracitado, no caso objetivando o aspecto Religioso Catequético e de promoção do outro (público alvo) à dignidade.

Não podemos exigir, dentro de um ambiente de trabalho pastoral ou empresarial, que todos tenham as mesmas atitudes, opiniões e formas de trabalho. Por exemplo: uma equipe de catequistas, onde estão pessoas de conhecimentos distintos. Há realidades diferentes em um mesmo grupo. Victor Martinez, especialista em treinamentos comportamentais e gestão de pessoas, fala que é importante conhecer o perfil comportamental de toda a equipe gerida, assim o gestor pode ter uma visão macro de seus colaboradores, que vai além das competências profissionais de cada um deles. Nesse aspecto, toma-se fôlego para nutrir grupos com habilidades diversas, onde um ajuda o outro.

Volto a citar a professora Sheila Madrid Saad por ser pertinente o assunto apresentado por ela: “Muitas empresas familiares, diante de sua falta de profissionalização, assumem sua ação em gestão de pessoas de forma amadora. Não se pode considerar ações que privilegiem aqueles que não têm competência para assumir ou se manter em cargos, pelo simples fato de estar respaldado pelo direito sucessório”. Estendo à palavra família o termo AMIZADE e pergunto: Onde enquadramos a afirmação de Sheila em nossas paróquias e instituições religiosas? A resposta é muito fácil. Toda vez que centralizamos e nos deixamos levar pelo egoísmo dinástico. Se um padre justifica que uma pessoa assuma determinada pastoral apenas pelo fato de ser parente ou amigo do predecessor, esse sacerdote deve ser o primeiro a procurar ajuda tanto religiosa quanto acadêmica no campo da gestão. Outros casos muito comuns são as famílias donas de chaves de igreja; um local que é tanto de oração quando de encontro das pessoas não pode ser restrito a grupos caracterizados pelo sobrenome. Ou ainda contratar um professor porque é filho de alguém que lecionou no colégio por trinta anos. O diretor responsável que contrata um colaborador dessa forma, sem uma prévia avaliação pedagógica, age equivocadamente.

A “voz de mando” em uma empresa ou paróquia não deve estar relacionada ao autoritarismo e sim à confiança a partir de um ambiente de trabalho sadio e harmonioso onde os recursos humanos sejam valorizados. Victor Martinez lembra que “As ferramentas atuais para ajudar os gestores estão cada vez mais modernas e com custos reduzidos, assim todos podem otimizar suas gestões.” Termos colaboradores como prioridade da instituição ou paróquia traz resultados que são desproporcionais e insignificantes ao investimento financeiro. E, além disso, homens e mulheres mais satisfeitos com o emprego e com a vida.

2 comentários:

  1. Gostei do texto, possui uma temática interessante, que nos ajuda a pensar nossa forma de atuar. Sei que é um artigo acadêmico, mas acho que alguns termos estão destoando, como:diferencial supracitado; egoísmo dinástico. Estão num outro nível de linguagem.
    Outro ponto é de coesão: um local que é tanto de oração "quando" de encontro das pessoas. Não seria "quanto"?

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  2. Obrigado Antônio. o erro de concodânca que você sinaliza na verdade é erro de digitação.
    ass. Rogério de Medeiros Silva

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